Vinícola nacional promete ampliar e
melhorar produção.
Caso o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) decida impor salvaguardas
contra vinhos finos importados, as vinícolas brasileiras se comprometem a
ampliar e desconcentrar a produção de uvas viníferas no país, reduzir custos e
melhorar a qualidade da bebida nacional. Só na implantação de 3 mil hectares de
novos parreirais os aportes chegarão a R$ 219 milhões em oito anos, além de R$
40 milhões em um programa de marketing para estimular o consumo do vinho
nacional.
As medidas integram o termo de
compromisso incluído na circular que oficializa o início da investigação pelo
Mdic, publicada ontem, na qual a indústria também reivindica ajustes nas áreas
tributária e "creditícia", entre outras, para garantir a "sustentabilidade" do
setor. Mas nem as promessas nem os indícios de "grave prejuízo" causado ao setor
pelos produtos estrangeiros, identificados pelo ministério, vão encerrar a queda
de braço entre produtores nacionais e importadores.
No pedido de salvaguardas, as
vinícolas alegam que a participação dos importados no consumo doméstico de
vinhos finos cresceu de 67,1% para 78,7% de 2006 a 2010, estimulada pela redução
da demanda nos países desenvolvidos e pela entrada, em alguns casos, de produtos
com preços similares aos custos de produção no Brasil. Em 2011, a fatia chegou a
78,8% do mercado, que totalizou 92,2 milhões de litros, conforme a União
Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), uma das signatárias do pedido ao
Mdic.
O problema, conforme a
diretora executiva da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de
Alimentos e Bebidas (ABBA), Raquel Salgado, é que o pedido de salvaguarda adota
uma premissa "equivocada" ao expurgar dos dados o consumo de vinhos de mesa,
feitos a partir de uvas comuns. Nesse segmento, no qual os importados não
concorrem, a demanda chegou a 222 milhões de litros em 2009, diz a
executiva.
Segundo Raquel, os
importadores vão preparar a defesa para apresentar ao Mdic no prazo estipulado
de 40 dias. "Lamento profundamente a atitude deles (dos fabricantes nacionais)",
diz ela, que propõe, como alternativa, ações conjuntas de promoção do vinho
brasileiro e importado e pela desoneração do produto nacional. Para ela,
enquanto o setor briga entre si, bebidas concorrentes como as cervejas especiais
ganham espaço no mercado.
Carlos Paviani, diretor
executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), outra entidade que pede as
salvaguardas, pensa diferente. Para ele, a proteção é necessária para permitir
que o setor ganhe competitividade e cresça de forma equilibrada com os
importados no mercado nacional. O setor afirma ainda que os importados forçaram
uma redução de 20,3% nos preços do vinho nacional no mercado interno de 2006 a
2010, em valores corrigidos, o que reduziu em 85,6% o resultado operacional das
indústrias brasileiras no período.
Segundo Paviani, o pedido das
entidades é que a salvaguarda seja aplicada por três anos, prorrogáveis por mais
cinco. Nesses oito anos, o setor promete aumentar de 8 mil para 11 mil a área de
parreirais de uvas viníferas no país, dobrando as plantações nas novas regiões
produtoras (Vale do São Francisco, metade sul do Rio Grande do Sul e serra
catarinense), para 6 mil hectares. Ao mesmo tempo, os 5 mil hectares na serra
gaúcha, polo mais tradicional do país na produção de uvas e vinhos, seriam
modernizados e qualificados.
O cultivo nas novas regiões
permitirá uma redução de custos em até 35%. O ganho terá reflexos na diminuição
dos preços ao consumidor, principalmente de "vinhos de entrada", vendidos no
varejo entre R$ 10 e R$ 20, diz Paviani.
Caso o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) decida impor salvaguardas
contra vinhos finos importados, as vinícolas brasileiras se comprometem a
ampliar e desconcentrar a produção de uvas viníferas no país, reduzir custos e
melhorar a qualidade da bebida nacional. Só na implantação de 3 mil hectares de
novos parreirais os aportes chegarão a R$ 219 milhões em oito anos, além de R$
40 milhões em um programa de marketing para estimular o consumo do vinho
nacional.
As medidas integram o termo de
compromisso incluído na circular que oficializa o início da investigação pelo
Mdic, publicada ontem, na qual a indústria também reivindica ajustes nas áreas
tributária e "creditícia", entre outras, para garantir a "sustentabilidade" do
setor. Mas nem as promessas nem os indícios de "grave prejuízo" causado ao setor
pelos produtos estrangeiros, identificados pelo ministério, vão encerrar a queda
de braço entre produtores nacionais e importadores.
No pedido de salvaguardas, as
vinícolas alegam que a participação dos importados no consumo doméstico de
vinhos finos cresceu de 67,1% para 78,7% de 2006 a 2010, estimulada pela redução
da demanda nos países desenvolvidos e pela entrada, em alguns casos, de produtos
com preços similares aos custos de produção no Brasil. Em 2011, a fatia chegou a
78,8% do mercado, que totalizou 92,2 milhões de litros, conforme a União
Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), uma das signatárias do pedido ao
Mdic.
O problema, conforme a
diretora executiva da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de
Alimentos e Bebidas (ABBA), Raquel Salgado, é que o pedido de salvaguarda adota
uma premissa "equivocada" ao expurgar dos dados o consumo de vinhos de mesa,
feitos a partir de uvas comuns. Nesse segmento, no qual os importados não
concorrem, a demanda chegou a 222 milhões de litros em 2009, diz a
executiva.
Segundo Raquel, os
importadores vão preparar a defesa para apresentar ao Mdic no prazo estipulado
de 40 dias. "Lamento profundamente a atitude deles (dos fabricantes nacionais)",
diz ela, que propõe, como alternativa, ações conjuntas de promoção do vinho
brasileiro e importado e pela desoneração do produto nacional. Para ela,
enquanto o setor briga entre si, bebidas concorrentes como as cervejas especiais
ganham espaço no mercado.
Carlos Paviani, diretor
executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), outra entidade que pede as
salvaguardas, pensa diferente. Para ele, a proteção é necessária para permitir
que o setor ganhe competitividade e cresça de forma equilibrada com os
importados no mercado nacional. O setor afirma ainda que os importados forçaram
uma redução de 20,3% nos preços do vinho nacional no mercado interno de 2006 a
2010, em valores corrigidos, o que reduziu em 85,6% o resultado operacional das
indústrias brasileiras no período.
Segundo Paviani, o pedido das
entidades é que a salvaguarda seja aplicada por três anos, prorrogáveis por mais
cinco. Nesses oito anos, o setor promete aumentar de 8 mil para 11 mil a área de
parreirais de uvas viníferas no país, dobrando as plantações nas novas regiões
produtoras (Vale do São Francisco, metade sul do Rio Grande do Sul e serra
catarinense), para 6 mil hectares. Ao mesmo tempo, os 5 mil hectares na serra
gaúcha, polo mais tradicional do país na produção de uvas e vinhos, seriam
modernizados e qualificados.
O cultivo nas novas regiões
permitirá uma redução de custos em até 35%. O ganho terá reflexos na diminuição
dos preços ao consumidor, principalmente de "vinhos de entrada", vendidos no
varejo entre R$ 10 e R$ 20, diz Paviani.
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